Brasil
Um quinto das empresas que desistem de IPO no Brasil acabam passando por reestruturação

Segundo pesquisa realizada pelo Valor, cerca de um quinto das aproximadamente 90 empresas que não obtiveram êxito na abertura de capital na bolsa de valores brasileira nos últimos dois anos estão passando por um processo de reestruturação de suas dívidas. Esse panorama reflete a situação de aperto financeiro enfrentada por muitas empresas, agravada por um mercado de capitais mais restrito neste ano, tanto em renda variável quanto em renda fixa, com os eventos corporativos das empresas Americanas e Light.
Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial e Country Manager da Savel Capital Partners, analisa que algumas dessas 90 empresas conseguiram acessar a bolsa de valores e, com isso, obtiveram um alívio financeiro. No segundo grupo (20 empresas) estão as empresas que não prosseguiram com o IPO porque se recusaram a conceder descontos em relação ao preço pretendido diante da pressão dos investidores.
Por fim, um terceiro grupo perdeu a oportunidade e teve que retirar seus planos de oferta. “Um grupo já estava procurando ajustar sua estrutura de dívidas e enxergou uma capitalização legítima por meio da oferta de ações.”
De acordo com Luciano, uma alternativa potencialmente eficaz é a utilização de crédito internacional, uma solução muitas vezes negligenciada, mas que pode resolver os problemas de crédito. Essa abordagem traria benefícios significativos, como taxas de juros mais favoráveis e condições flexíveis, estimulando a recuperação econômica e impulsionando o crescimento das empresas. Além disso, o acesso a fontes de financiamento estrangeiras permitiria diversificar as opções de crédito disponíveis no mercado, reduzindo a dependência das instituições financeiras locais.
Essa solução pouco discutida poderia desempenhar um papel crucial na resolução dos problemas enfrentados pelas empresas com questões de crédito. Ao receber recursos estrangeiros, as empresas em processo de recuperação judicial teriam acesso a capital adicional, o que possibilitaria a retomada de suas atividades e a superação da crise financeira.
Luciano, CEO da empresa de Inteligência Comercial, destaca que atualmente 24% das novas empresas abertas acabam fechando antes de completar dois anos de existência, e esse percentual chega a 50% ao final de quatro anos, evidenciando a magnitude do problema. “Se pelo menos metade dessas empresas pudesse utilizar o crédito internacional, os resultados seriam muito diferentes e mais promissores”, finaliza.
Imagem: Shutterstock
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Brasil
O mercado de trabalho para profissionais de 60+

Andressa Bueno Serigato Meneghelli
*Andressa Bueno Serigato Meneghelli
O cenário do mercado de trabalho mudou, nas últimas décadas, mas os desafios para os profissionais com 60 anos ou mais continuam os mesmos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro vem crescendo por anos consecutivos e em 2021 atingiu a média de 77 anos. No Brasil, são 31,2 milhões de pessoas acima de 60 anos, sendo que 7 milhões são trabalhadores 60+ que ocupam em torno de 8% da força de trabalho no país.
Hoje, uma pessoa 60+ se sente muito bem para trabalhar, é comum um profissional aposentado que opta por continuar ativo no mercado de trabalho, seja para manter-se produtivo ou para complementar a renda, os dados do IBGE mostram que apenas 1% dos aposentados são independentes financeiramente.
Porém, estes profissionais enfrentam maior dificuldade para conseguir uma recolocação em comparação aos mais jovens. Segundo pesquisa realizada pela FGV EAESP, se por um lado profissionais 60+ apresentam vantagens como a experiência, maturidade e valorizarem a estabilidade, por outro lado, os mais jovens dominam as tecnologias e se adaptam rapidamente às mudanças, além de buscarem desafios e propósito no trabalho que realizam, estando mais alinhados ao contexto atual.
Na tentativa de acompanhar uma tendência no mercado de trabalho, incluindo profissionais 60+ para manter a diversidade geracional em suas equipes, as empresas brasileiras tendem a adotar políticas de recursos humanos (RH) limitadas a processos seletivos para contratar pessoas acima de 60 anos, mas não contemplam estratégias para reter ou qualificar esses profissionais, não há prática de seleção ou de cultura organizacional que favoreça o engajamento de profissionais 60+.
De acordo com um estudo de cultura corporativa realizado pela Top Employers Institute com 1200 empresas de diversos países, 50% das empresas europeias possuem políticas para atração, engajamento e retenção de pessoas idosas, porém, no Brasil o índice é de apenas 21%.
Um segundo estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas com mais de 100 empresas no Brasil, identificou que apenas 1% dos cargos destas empresas são ocupados por pessoas com mais de 65 anos; para 70% das empresas que participaram deste estudo, os profissionais na terceira idade são mais caros; para 69% destas empresas, pessoas com 60 anos ou mais não se adaptam bem às mudanças; 63% das empresas pesquisadas, acham que os profissionais na terceira idade estão acomodados com a proximidade da aposentadoria.
Os profissionais de 60+ que optam por continuarem ativos no mercado de trabalho, mesmo após a aposentadoria, precisam reconhecer a necessidade de estarem constantemente se atualizando, lifelong learning (aprendizado ao longo da vida) é essencial para qualquer profissional do século XXI, além disso, buscar oportunidades de aperfeiçoamento na área em que o profissional 60+ já tem experiência, pode contribuir de forma mais efetiva para seu upskilling (aprimoramento).
Com base nas estimativas do IBGE, a tendência é termos mais pessoas maduras e menos pessoas jovens disponíveis para o mercado de trabalho, nos próximos anos. De acordo com o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2040 o Brasil terá 56% da força de trabalho composta por pessoas com mais de 45 anos. Diante desse novo contexto, as organizações precisam pensar em adaptações culturais e tecnológicas que facilitem o ajuste a essa movimentação, promovendo uma verdadeira inclusão etária, frente aos processos de digitalização dos negócios e dos trabalhos.
*Andressa Bueno Serigato Meneghelli é Professora da Escola Superior de Gestão, Comunicação e Negócios. Mestra em Administração.
Fonte: Nqm Comunicação
Brasil
Setor de Crédito e Cobrança usa avanços tecnológicos para otimização de serviços

Setor de Crédito e Cobrança usa avanços tecnológicos para otimização de serviços
Futuro aponta para equilíbrio entre tecnologia avançada e atendimento humanizado
No cenário em constante evolução dos serviços financeiros, a busca por inovação e tecnologia tem sido contínua e a integração desses pilares gera benefícios significativos ao setor.
Para as empresas, é vital a eficiência nas operações de cobrança, reduzindo o tempo de recuperação de créditos e aumentando a taxa de sucesso. Já para o cliente, uma abordagem personalizada e soluções adaptadas fortalecem relacionamentos e garantem bons acordos.
O futuro do setor de crédito e cobrança depende do equilíbrio entre tecnologia avançada e empatia. Através dessa abordagem inovadora, redefinimos o modo como as empresas gerenciam suas operações, proporcionando resultados e elevando os padrões de excelência.
“A transformação através da tecnologia abre opções que otimizam serviços, proporcionando experiências superiores, tanto para as empresas quanto para os consumidores” relata Edemilson Koji Motoda, diretor do Grupo KSL.
O Grupo KSL tem se destacado como pioneiro na transformação do setor de crédito e cobrança. Fundado em 1996, é um nome reconhecido e confiável quando se trata de cobrança amigável, cobrança jurídica, serviços de Contact Center e relacionamento.
Desde o início, a empresa incorpora a inovação tecnológica e o atendimento humanizado como pilares fundamentais de suas operações.
Conversamos com Motoda, que nos relatou algumas mudanças e inovações do setor, que vem acontecendo nos últimos anos. Confira a seguir:
Análise Avançada de Dados
Compreender o histórico com o intuito de embasar decisões mais assertivas é um imperativo crucial. Essa abordagem visa não apenas a conversão de dados em informações, mas também a sua transformação em estratégias impactantes, capazes de otimizar os resultados operacionais e conduzir a conquistas mais significativas.
Inteligência Artificial e Automação
A IA é empregada para automatizar tarefas repetitivas e de primeiro nível, liberando recursos para interações mais complexas e focadas no cliente. Chatbots inteligentes estão revolucionando a comunicação com os consumidores, oferecendo suporte 24/07.
Soluções Omnichannel na Jornada do Consumidor
Atender o cliente onde e como ele quer e precisa é uma tarefa primordial para as empresas. Nesse sentido, antes de implementar qualquer abordagem estratégica, é imprescindível aprofundar-se no entendimento do cliente e mapear sua trajetória, seja durante o processo de venda, retenção ou mesmo recuperação.
Dessa forma, poder oferecer diversos meios de comunicação, sempre voltados para uma experiência positiva é decisivo para a construção de um bom relacionamento com o consumidor.
“A combinação desses elementos permite oferecer serviços e soluções personalizadas que se integram perfeitamente aos processos de gestão de clientes, proporcionando resultados positivos para as empresas e para os consumidores” conclui Edemilson.
Fonte: Lucky Comunicação
Brasil
Número de ataques hackers a serviços essenciais crescem e demandam mais proteção e segurança à sistemas

Julio Cesar Fort
*Julio Cesar Fort, sócio e diretor de serviços profissionais da Blaze Information Security
Nos últimos meses, houve uma onda de ataques DDoS – método para impedir o funcionamento de sites depois de enviar diversas solicitações que excedem a capacidade da rede -, a bancos europeus, com o intuito de tirar do ar suas operações e sistemas vitais de pagamento, e a estruturas críticas, que vão desde sistemas elétricos de gás e de água até os setores bancário e financeiro, causando danos imediatos à inúmeras instituições. Essa tendência pode estar chegando ao Brasil.
Existe uma falsa sensação de que ataques a infraestruturas críticas são características restritas a zonas de conflito, estando distante do Brasil, mas isso não é verdade. Já ocorreram casos no país, como o ataque ao aplicativo do ConectSus e aos sistemas do SPTrans. Apesar desses exemplos não terem comprometido totalmente o funcionamento dos serviços, as motivações por trás de ataques dessa natureza são diversas e a possibilidade de que algo pior aconteça não está fora de cogitação.
Como funcionam os ataques
Segundo a 4ª Pesquisa TI Safe intitulada “Panorama da Cibersegurança Industrial no Brasil”, 84 empresas dos setores de eletricidade, água, gás, indústria de transformação e extrativa apontaram a segurança cibernética como uma das preocupações que estão no topo da lista dos executivos de tecnologia.
Essas ameaças têm um poder de dano massivo, pois sabotam a infraestrutura, causando a paralisação dos serviços. Um exemplo foi a suspensão do fornecimento de energia no caso do BlackEnergy na Ucrânia, em 2015. Neste caso, um ataque feito por hackers que trabalham na inteligência militar da Rússia teve como intuito sabotar parcialmente o sistema elétrico do país no meio do inverno.
Os ataques podem ser realizados de várias maneiras, dependendo do objetivo do invasor, mas geralmente se dão por meio de um acesso inicial à rede corporativa, seja a partir da exploração de uma vulnerabilidade em um sistema desatualizado, phishing, engenharia social ou compra de acesso por meio de Initial Access Brokers (IABs – corretores de acesso inicial, em tradução livre).
A partir daí, o invasor utiliza-se de técnicas de movimentação lateral para expandir acesso à rede e se infiltrar em sistemas de controle e automação industrial. Também existem formas menos sofisticadas de paralisação de sistemas, como ataques DDoS realizados por grupos como o Killnet, que tem atacado agências de governo e empresas do setor privado.
Como proteger estruturas críticas
Existem dezenas de maneiras diferentes, conhecidas e desconhecidas publicamente, de como esses ataques ocorrem. Apesar de não ter uma fórmula específica, a principal forma de evitar essas ameaças é interrompendo ataques por meio de equipes de defesa cibernética bem treinadas, além de uma boa estratégia e um planejamento de cibersegurança robusto.
Treinamento com exercícios de Tabletop, que simulam crises cibernéticas e prontidão de resposta, além de ter equipes de IR (Incident Response) e Threat Hunting capazes de responder a incidentes em larga escala, são medidas assertivas nesse cenário.
O exercício Tabletop orienta a equipe responsável por meio da simulação de um cenário preciso de um ataque direcionado, com a diferença de que leva menos tempo do que um ataque real e não tem repercussões negativas para os negócios ou membros do time, deixando o grupo preparado para enfrentar futuros desafios.
No caso de estratégias de Threat Hunting e Incident Response, ambas são técnicas que permitem que uma organização esteja de prontidão contra ameaças cibernéticas, violações de segurança e vulnerabilidades do sistema. No primeiro caso, é uma atividade que tenta encontrar e prevenir ações maliciosas nos sistemas de informação trabalhando com a suposição de que os invasores já descobriram um meio de evitar a detecção por ferramentas e técnicas existentes e, portanto, já exploraram os sistemas essenciais da organização, exigindo um esforço ativo para erradicar as ameaças.
Já no segundo caso, de acordo com o executivo, o IR tem como objetivo minimizar os danos e fazer com que o sistema volte ao normal o mais rápido possível. Após uma violação de segurança, ter uma estratégia de resposta a incidentes bem definida pode ajudar a limitar os prejuízos causados por ataques e economizar tempo e despesas.
A principal solução é investir em cibersegurança
Para colocar em prática as medidas de proteção, é preciso investir em um setor bem estruturado de cibersegurança. Especialmente no caso dessas instituições de grande porte, não investir em cibersegurança pode trazer inúmeros prejuízos, porque tem muitos fatores envolvidos. Essas são empresas que lidam com uma grande quantidade de dados sensíveis. Uma invasão causada por um grupo de hackers mal intencionado pode resultar em danos financeiros significativos para a empresa e para os clientes, além de danos à reputação da organização.
Por isso, existem diversas leis e regulamentações em vigor que exigem que as instituições financeiras tomem medidas adequadas para proteger esses dados – e o não cumprimento dessas regras pode resultar em multas pesadas. No caso de instituições financeiras, a norma 4.893 do BACEN, no Brasil, estabelece diretrizes em que testes de intrusão podem ser úteis para alcançar conformidade com tais regulamentações. Algumas normas de cibersegurança, como as do MAS, se não cumpridas à risca, podem fazer o banco ter sua licença de operação suspensa.
Para mais, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) estabelece que as organizações devem adotar medidas de segurança adequadas para proteger os dados pessoais que coletam. Em caso de violação de dados, a lei prevê que a organização deve comunicar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e também notificar todos os titulares dos dados afetados, informando sobre a violação e as medidas que estão sendo tomadas para mitigar os danos.
Julio Cesar Fort é Sócio e Diretor de serviços profissionais na Blaze Information Security e especialista em cibersegurança com mais de 15 anos de experiência. Agregou a equipe de segurança das Olimpíadas de Londres de 2012 e do banco de investimentos UBS. Hoje foca suas atenções na criação de novas ofertas de serviços e desenvolvimento de negócios da marca. Julio fez mestrado na Royal Holloway, University of London e possui certificação de Segurança Avançada de Computadores pela Stanford University.
Fonte: Motim
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